“Deus é amor” (1 Jo 4, 8. 16). Deus é Comunhão. É Comunidade perfeita. Deus vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor.
Ao criar o ser humano à sua imagem e semelhança, Deus inscreveu no homem e na mulher a vocação e, ao mesmo tempo, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. Somos criados para amar e viver em comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do ser humano. Quem não vive em comunhão com outras pessoas acaba sozinho. O fechar-se em si mesmo é o que há de mais contrário ao bem do ser humano, porque não leva à sua realização pessoal nem à maturidade. A pessoa humana torna-se mais humana e cristã, na medida em que se abre aos outros, encontra neles a sua felicidade, ultrapassa o egoísmo.
Portanto, “o homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível, e a sua vida é destituída de sentido se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não experimenta e se não o torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente” (RH, 10).
Chamados à existência por amor, somos chamados ao mesmo tempo ao amor. Todos nós precisamos e dependemos uns dos outros. Quem de nós não sente necessidade de ser acolhido, ajudado, perdoado, estimado, amado? Quem não precisa de um ponto de referência seguro, de incentivo, de alguém a quem recorrer em situações difíceis?
O ser humano que quiser compreender-se a si mesmo deve, com sua inquietude, incertezas e fraquezas, em primeiro lugar, aproximar-se de Cristo, mas também da pessoa amiga, de um aperto de mão; enfim, precisamos do amor de Deus encarnado e expresso no carinho amoroso do irmão e da irmã.
No recém-celebrado Congresso Eucarístico Diocesano, meditamos sobre a “Paróquia: casa da comunhão”. A comunidade paroquial não é um aglomerado de indivíduos que não se comunicam entre si não é um amontoado despersonalizado… Aliás, o individualismo é um dos grandes flagelos da sociedade de hoje.
Deus quer levar todos à comunhão plena entre nós e à participação na própria comunhão divina. Os que vivem a “comunhão na graça”, deveriam estar a serviço da realização da comunhão.
A Paróquia é lugar excelente para se fazer uma experiência concreta do encontro com Cristo e da comunhão eclesial. Jesus insistiu em que vivêssemos “unidos no seu nome” (cf. Jo 15), a exemplo da “multidão dos fiéis que era um só coração e uma só alma” (cf. At 4, 32-37; 2, 42-47).
O testemunho de comunhão eclesial de natureza eucarística é imprescindível da vida e da caminhada de uma comunidade paroquial. Cada vez que comungamos o Cristo Eucarístico deveria crescer e amadurecer nossa comunhão fraterna e eclesial. É no amor e na partilha da vida que se concretiza a comunidade dos discípulos de Jesus.
Dom Nelson Westrupp, scj
Bispo Diocesano de Santo André
Bispo Diocesano de Santo André
Site: Diocese de Santo André
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