Imagem da Semana

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terça-feira, 16 de outubro de 2012

A vida de São Geraldo Magela



Hoje em união com toda Igreja e especialmente com a Congregação do Santíssimo Redentor, celebramos São Geraldo Magela. Conheça um pouco da história de vida deste santo.


Infância

Geraldo nasceu em Muro, no sul da Itália, no dia 6 de abril de 1726. Nasceu de uma família pobre de bens, mas rica de bênçãos. Domingos Majela e Benedita Majela foram os seus pais. O pai Domingos, era alfaiate. A mãe Benedita, era lavadeira. Ele foi batizado no mesmo dia em que nasceu. Seus pais entendiam que Deus em seus planos não deixa ninguém nascer à toa.
O menino Geraldo era franzino de corpo. De espírito, porém, era robusto. Deus lhe deu uma inteligência brilhante. Os professores logo viram nele um prodígio. Que beleza quando na família os pais ensinam o evangelho aos filhos com a vida! Foi dos pais que Geraldo aprendeu desde pequeno o amor ao trabalho e a sabedoria da oração. Daí floriu a sua vocação.
Aos sete anos, em vista da pobreza da família, dirigia-se à ermida de Capodigiano, onde recebia um pãozinho branco que o Menino Jesus lhe entregava e com quem ele brincava. Somente mais tarde, quando já na Congregação, Geraldo compreende quem era aquele Menino.
Entregava-se à oração. Sua mãe encarregava-se de educá­lo na fé. Conforme ele mesmo conta, como tivesse muita vontade de comungar e que por causa de sua idade não lhe era possível, São Miguel apareceu-lhe de noite para lhe dar a comunhão. Assim como afirma posteriormente, fazia o próprio Menino Jesus.

Juventude

Aprendendo uma profissão

Por causa da necessidade do lar, sua mãe o mandou à alfaiataria do senhor Martin Pannuto, mestre alfaiate, para que Geraldo aprendesse uma profissão e assim pudesse ajudar nas despesas da casa. Aí sua bondade de vida e sua simplicidade eram interpretadas como estupidez, e todos zombavam dele, insultavam-no, chegando até a maltratá-lo. Mas sua resposta era sempre: "Meu Deus, que se faça a tua vontade". Ali no esforço diário foi assimilando o mistério da Cruz de Cristo.

Trabalhando para o Bispo

Quando tinha 14 anos, chegou Dom Albino à cidade de Muro e lhe administrou o sacramento da crisma, que deverá ser o sinal da fortaleza e do valor que marcarão toda a sua vida. Dom Albino era natural de Muro.  
Com o Bispo, lá se foi Geraldo para ser seu empregado. Nesse ofício precisou praticar verdadeiro heroísmo. Um sacerdote contemporâneo deixou por escrito, sob juramento, esta declaração: "O Bispo irascível se irritava por qualquer coisinha. Impacientava-se com tudo. Se nunca chegou a bater em Geraldo, contudo, não lhe poupou toda classe de censuras".
Dom Albino cria-se no direito de fazer o que bem entendesse com seu jovem empregado. Fazia-o trabalhar sem descanso e reprovando-o sempre de não fazer tudo o que devia e de fazê-lo mal. Era impossível agradá-lo. Geraldo, por sua parte, tinha para com ele grande respeito e dedicação. Seu espírito de mortificação e penitência encontrou ali um bom lugar de realização.
A tudo isso ia unindo seus jejuns e uma intensa vida de oração. O tempo que passava numa capela da vizinhança era algo que se repetia diariamente. Mas o Bispo adoeceu. E Geraldo, depois de cuidar dele como se fosse seu próprio pai, após a sua morte, teve de deixar Lacedônia.


Trabalhando em sua alfaiataria

Em 1745, com 19 anos, voltou para Muro onde montou uma alfaiataria. Seu negócio prosperou, mas ele não ganhou muito dinheiro. Praticamente dava tudo para os outros. Guardava o que era necessário para sua mãe e suas irmãs e dava o resto aos pobres ou para Missas em sufrágio das almas do purgatório. Geraldo não passou por uma conversão repentina e espetacular, apenas foi crescendo constantemente no amor de Deus. Durante a Quaresma de 1747 ele resolveu ser completamente semelhante a Cristo o quanto lhe fosse possível. Fez penitências mais severas e procurava explicitamente a humilhação, fazendo-se passar por louco e sentindo-se feliz quando riam dele nas ruas. Sua preocupação com os pobres e necessitados era grande, ao ponto de se privar do necessário, quando via alguém sofrendo penúria. 

Buscando sua vocação
Mas Geraldo sentia que o Senhor tinha escolhido para ele um outro lugar. Assim, entra em contato com os capuchinhos, mas em vão solicita ser admitido, mesmo na condição de empregado.
Não é aceito, dada sua saúde precária e sua aparência doentia. Para Geraldo esse golpe foi terrível. Contudo, entrega-se à oração, pedindo a Deus que o encaminhasse para vida religiosa.
Mas tendo chegado a Muro seu amigo Luca Valpiedi, antigo condiscípulo, parte com ele para ajudá-lo em seu colégio, no cuidado das crianças. Ali encontrou um novo calvário. Naquele tempo caiu-lhe em mãos certa obra de Antônio de Olivedi, intitulada: "O ano doloroso de Jesus Cristo". Cada palavra daquele escrito foi um dardo penetrante no coração do nosso jovem Geraldo. Sentiu crescer extraordinariamente suas ânsias de sofrer mais e mais para assemelhar-se ao Redentor.
Quando tinha 22 anos chegaram a seu povoado alguns missionários. Eram os Redentoristas, e entre eles achava-se o Irmão Onofre que contou a Geraldo como era sua vida. Mas, percebendo que o jovem estava entusiasmado, mudou de assunto, dizendo-lhe que ele não resistiria àquele tipo de vida.
Pouco tempo depois voltaram os missionários. Entre eles estava o Padre Paulo Cáfaro, que depois de muito vaivém e oposições lhe permite que o acompanhe ao convento. "Meu filho, lhe diz, você me venceu. Recebo-o como religioso, e que Deus lhe dê saúde e forças para perseverar até a morte".
Enviou-o para Iliceto com uma carta ao superior. Na carta ele dizia: "Aí vai um irmão inútil para o nosso trabalho. Ele não tem saúde. É fraco. Mas eu não pude rejeitar sua admissão sem dar-lhe uma chance. Ele insistiu até cansar-me e é grande a consideração que lhe têm os moradores de Muro". Geraldo vibrou.  
Deixar a casa, sua mãe e as irmãs foi um drama para Geraldo: no dia em que os redentoristas iriam buscá-lo em casa, sua mãe o trancou no quarto. Geraldo teve de fugir. Para isso amarrou lençóis com nós em sua extremidade, formando como que uma corda.  Deixou apenas um bilhete, no qual dizia: "Querida mamãe e irmãs, fugi. Já estou com os redentoristas. Não se preocupem. Vou tornar-me santo. Esqueçam-me. Adeus!”
No dia 17 de maio de 1749, Geraldo partia radiante de alegria para a casa de noviciado de Iliceto. Em novembro desse mesmo ano vestia a batina redentorista e começava sua interiorização na vida religiosa.

Enfim a vida Religiosa

Fez para si mesmo essa exortação: “Lembra-te, Geraldo, que Deus te tirou do mundo e colocou, como um novo Adão, no paraíso da Congregação para trabalhares e executares os mandamentos divinos e os conselhos evangélicos que possues na santa Regra. Ai de ti se as desprezares; o teu castigo seria — o que Deus não permita — o abandono da Congregação e conseqüentemente a condenação eterna”.
Emitiu os votos religiosos a 16 de julho de 1752, festa do SS. Redentor e de Nossa Senhora do Carmo consagrando-se como vítima ao Senhor.
Escreveu então ao Santo Fundador – Santo Afonso Maria de Liguori esta carta de gratidão:

“Jesus e Maria.
A graça do amor divino esteja com V. Paternidade, e a Imaculada Virgem Maria vos proteja. Amém.
Meu Pai. Prostrado aos pés de V. Paternidade, agradeço-vos do íntimo da alma a bondade e a caridade, que me mostrastes, sem nenhum merecimento meu, admitindo-me na Congregação e aceitando-me por filho vosso.
Seja eternamente bendita a bondade divina, que me dispensou tanta misericórdia, entre outras, a de eu poder fazer no dia do SS. Redentor, a minha profissão, consagrando-me inteiramente a ele. Meu Deus, quem sou eu, para atrever-me a fazer ao Senhor a minha oblação! Quisera agora falar da grandeza e bondade divina; mas isso seria, na presente circunstância, muito inútil e vós me teríeis na conta de um louco! Meu Pai, pelo amor de Jesus e de Maria, peço-vos me abençoeis e coloqueis aos pés da Majestade divina.
Beijando-vos as mãos, sou de V. paternidade indigno filho”
(GERALDO MAJELLA, C.Ss.R.)

Provações imensas

O instrumento de que o demônio se serviu para causar sofrimento e amarguras ao santo e paralisar sua atividade em prol das almas, foi uma jovem chamada Neria Caggiano, uma das filhas de seu amigo Constantino Capucci, da cidade de Lacedogna. Devido aos esforços do santo essa menina entrou no conservatório de Foggia, onde todavia não permaneceu muito tempo. Para justificar a sua saída Neria propalou calúnias contra as religiosas de Foggia, até que, impelida pelo espírito da mentira, se atreveu a expectorar o seu veneno contra o santo.
Seria acusou Nicoletta, de sofrer sedução vergonhosa de Geraldo, chegando a caluniadora a convencer do crime imputado a Geraldo o seu próprio confessor, Benigno Boaventura. Este grande amigo de Santo Afonso e da Congregação, julgou-se obrigado em consciência a comunicar ao próprio fundador o “escândalo de Geraldo”. Geraldo foi chamado por Santo Afonso para responder a acusação. Mas em vez de se defender, permaneceu em silêncio, seguindo o exemplo do seu divino Mestre.

Privado da Sagrada Comunhão

Diante deste silêncio, Santo Afonso nada pôde fazer senão impor ao jovem religioso uma severa penitência: foi negado a Geraldo o privilégio de receber a santa Comunhão e foi-lhe proibido todo contato com os de fora. Não foi fácil para Geraldo renunciar aos trabalhos pelo bem das almas, mas este era um sofrimento pequeno em comparação com a proibição de comungar. Sentiu isto tão profundamente, que chegou a pedir para ficar livre do privilégio de ajudar a Missa, receando que, a veemência do seu desejo de receber a comunhão o fizesse arrancar a hóstia consagrada das mãos do padre no altar. Algum tempo depois Néria ficou gravemente enferma, e escreveu uma carta a Santo Afonso, confessando que as suas acusações contra Geraldo não passavam de invenção e calúnia.
O santo ficou cheio de alegria ao saber da inocência do seu filho. Mas Geraldo, que não ficara deprimido no tempo da provação, também não exultou indevidamente quando foi justificado. Em ambos os casos sentiu que a vontade de Deus tinha sido cumprida, e isto lhe bastava.

Últimos dias

Geraldo tinha exigido de seu corpo mais do que ele podia dar. Sua saúde estava destruída. A anemia consumia-o e seus pulmões já não trabalhavam como deviam. Contudo, continuou esforçando-se em servir os outros e em enfraquecer sua pessoa. Em 1755 Geraldo sai para pedir esmolas para a construção do convento de Caposele. Sente-se mal. É a tuberculose. Estava com 29 anos. Ao morrer diz ao superior: "Meu leito é a vontade de Deus. Ele e eu somos uma só coisa". No dia 16 de outubro de 1755, com apenas 29 anos de idade, e somente seta na Congregação, entregou a Deus seu espírito.
Seus funerais foram grandiosos e soleníssimos. De Caposele e de todos os povoados vizinhos a multidão acorreu, atropelando-se para despedir-se do santo e solicitar graça por sua intercessão. E como em vida realizou tantos prodígios, maiores foram os milagres que realizou depois da morte.

Processo de canonização

Embora a fé no santo fosse muito grande, contudo somente em abril de 1839 foi aberto em Muro o processo, recolhendo os testemunhos daqueles que o tinham conhecido, e daqueles que tinham recebido alguma graça por meio dele. Em 1847, Sua Santidade Pio IX concedeu-lhe o título de Venerável; e em 1893 o Papa Leão XIII o declarou Beato. Finalmente, no dia 11 de dezembro de 1904, o Papa São Pio X canonizou Geraldo Majela em meio a uma magnífica cerimônia, como é costume em tais ocasiões.

Fontes:
Conhecendo o Padroeiro. Site oficial da Paróquia de
São Geraldo das Perdizes, São Paulo/SP.
A vida de São Geraldo. Site oficial da Basílica de
São Geraldo, Curvelo/MG. 


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