Em 13 de Maio de 1917 na Cova da
Iria, Portugal, deu-se início à serie de seis aparições de Nossa Senhora à três
pastores ainda crianças: Lúcia de Jesus (dez anos), Francisco Marto (nove anos)
e Jacinta Marto (sete anos). Nestas aparições a Mãe de Deus pediu orações
incessantes para a salvação das almas e anunciou grandes acontecimentos.
Conheça mais das aparições de Nossa Senhora de Fátima.
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Deus faz preceder
suas grandes intervenções na história por numerosos e variados sinais.
Com frequência, serve-se Ele de
homens de virtude insigne para transmitir aos povos suas advertências, ou
predizer acontecimentos futuros.
Desse modo procedeu o Padre
Eterno em relação ao advento do Messias, seu Filho Unigênito. A magnitude de
tal fato, em torno do qual gira a história dos homens, exigia uma longa e
cuidadosa preparação. Assim foi ele prenunciado durante muitos séculos pelos
Profetas do Antigo Testamento, de tal forma que, por ocasião do nascimento de
Nosso Senhor Jesus Cristo, tudo estava maduro para sua vinda ao mundo. Até
entre os pagãos, muitos esperavam algo que desse solução à crise moral na qual
os homens de então estavam imersos. É fácil, à luz desta regra, avaliar a
importância das previsões de Fátima, pois quem no-las anuncia não é um Anjo,
nem um grande santo, mas a própria Mãe de Deus.
Já na época das aparições de
Fátima, nos primeiros anos deste nosso século, os acontecimentos mundiais
faziam entrever o que seria a triste história contemporânea. De um lado, um
progresso material quase ilimitado, a par de uma decadência de costumes como
nunca antes se vira. De outro lado, guerras e convulsões sociais de proporções
terríveis. A Primeira Guerra Mundial foi um exemplo dessa realidade, largamente
superada pela Segunda Guerra Mundial e por tudo quanto se lhe seguiu.
Como Mãe solícita e afetuosa,
quis Maria Santíssima, evitar todos esses males a seus filhos. Por isso, desceu
do Céu a fim de alertar a humanidade para os riscos que corria se continuasse
nas vias tortuosas do pecado. Veio, ao mesmo tempo, indicar os meios de
salvação: a recitação do Rosário, a prática dos Cinco Primeiros Sábados, a
devoção ao Imaculado Coração de Maria.
A Primeira Aparição: 13 de Maio de 1917
13 de maio de 1917. Lúcia,
Francisco e Jacinta, após a Missa na igreja de Aljustrel, lugarejo de Fátima,
foram pastorear o rebanho de ovelhas nas terras do pai de Lúcia, na Cova da
Iria.
Após um como que clarão de
relâmpago, num céu luminoso e sereno, sobre uma carrasqueira de metro e pouco
de altura apareceu-lhes a Mãe de Deus.
Segundo as descrições da Irmã
Lúcia, era "uma Senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol,
espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água
cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente". Seu semblante
era de uma inenarrável beleza, nem triste, nem alegre, mas sério, talvez com
uma suave expressão de ligeira censura. Como descrever em pormenores seus
traços? De que cor os olhos, os cabelos dessa figura celestial? Lúcia nunca o
soube dizer ao certo!
O vestido, mais alvo que a
própria neve, parecia tecido de luz. Tinha as mangas relativamente estreitas e
era fechado no pescoço, descendo até os pés, os quais, envolvidos por uma tênue
nuvem, mal eram vistos roçando as franças da oliveira. Um manto lhe cobria a cabeça,
também branco e orlado de ouro, do mesmo comprimento que o vestido,
envolvendo-lhe quase todo o corpo. "As mãos, trazia-as juntas em oração,
apoiadas no peito, e da direita pendia um lindo rosário de contas brilhantes
como pérolas, terminando por uma cruzinha de vivíssima luz prateada. [Como]
único adereço, um fino colar de ouro-luz, pendente sobre o peito, e rematado,
quase à cintura, por uma pequena esfera do mesmo metal"
Nesta primeira aparição, Nossa
Senhora pede aos três pastorinhos que venham seis meses seguidos, no dia 13, à
mesma hora. E diz que ainda viria uma sétima vez.
"Quereis oferecer-vos a Deus
para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de
reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de suplica pela conversão dos
pecadores?”
À resposta afirmativa das
crianças, Ela acrescentou: "Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça
de Deus será o vosso conforto".
Foi ao pronunciar estas palavras que
abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que
reflexo que delas expedia, que nos penetrava no peito e no mais íntimo da alma,
fazendo-os ver a eles mesmos em Deus em uma luz mais clara do que se vê no
melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo, também comunicado, caíram de
joelhos e repetiam intimamente: “Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus,
meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento”.
Passados os primeiros momentos,
Nossa Senhora acrescentou: “Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz
para o mundo e o fim da guerra”. [Primeira Guerra Mundial].
E Nossa Senhora se elevou
serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer no Céu.
A celeste Mensageira havia
produzido nas crianças uma deliciosa impressão de paz e de alegria radiante, de
leveza e liberdade. Parecia-lhes que poderiam voar como os pássaros. De tempos
em tempos, o silêncio em que tinham caído era cortado por esta jubilosa
exclamação de Jacinta:
“Ai! que Senhora tão bonita! Ai!
que Senhora tão bonita!”
Nas aparições, a Virgem
Santíssima falou apenas com Lúcia, Jacinta só ouvia o que Ela dizia e Francisco
não A ouvia mas apenas via.
Segunda aparição: 13 de junho de 1917
Já com a presença de 50 pessoas
na Cova da Iria, os três pastorinhos viram de novo o reflexo da luz (a que
chamavam relâmpago) que se aproximou da carrasqueira. Nossa Senhora queria que
voltassem no próximo dia 13, que rezassem o Terço todos os dias e aprendessem a
ler.
Lúcia pede para que Ela os leve
para o Céu. "Sim, à Jacinta e ao Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas
cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar.
Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a
abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores
postas por Mim a adornar o seu trono". [De fato Lúcia foi a última a ser
levada para a morada celeste, falecendo no dia 13 de Fevereiro de 2005; fora
Irmã Dorotéia de 1921 até o dia de sua morte. Francisco falecera em 4 de Abril
de 1919. E Jacinta fora levada aos Céus em 20 de Fevereiro de 1920. Jacinta e
Francisco foram beatificados pelo Papa João Paulo II a 13 de Maio de 2000].
A Virgem anima Lúcia, dizendo que
nunca a deixará. "O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho
que te conduzirá até Deus."
De novo, abriu as mãos e lhes
comunicou o reflexo de intensa luz, como que submergindo-os em Deus. E na palma
da mão direita de Maria estava um Coração cercado de espinhos que pareciam
estar nele cravados. Era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados
da humanidade, querendo reparação! Aos poucos essa visão se esvaeceu diante das
vistas enlevadas dos três pastorinhos.
E Nossa Senhora, resplandecente
de luz, subiu suavemente para o leste, até desaparecer.
Terceira aparição: 13
de Julho - Os Três Segredos de Fátima
Lúcia, até a tarde do dia anterior,
estava resolvida a não comparecer à Cova da Iria. Mas, ao se aproximar a hora,
numa sexta-feira, sentiu-se impelida por uma força estranha, à qual não lhe era
fácil resistir. Foi ter com os primos, aos quais encontrou no quarto, de
joelhos, chorando e rezando, pois não queriam ir sem Lúcia. As três crianças,
então, se puseram a caminho.
Chegando ao local das aparições,
surpreenderam-se com mais de 2 mil pessoas aguardando o extraordinário
acontecimento. O pai de Francisco e Jacinta, Sr. Marto, narrou ter visto uma
nuvenzinha acinzentada pairar sobre a oliveira, enquanto o sol se turvava e
fresca aragem soprava.
"Quero que venham aqui no
dia 13 do mês que vem; que continuem a rezar o Terço todos os dias em honra de
Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque
só Ela lhes poderá valer" Disse nossa senhora na aparição.
E Lúcia revela que Nossa Senhora
pediu para eles se sacrificarem pelos pecadores e dizerem muitas vezes, em
especial sempre que fizerem algum sacrifício:
"Ó Jesus, é por Vosso amor,
pela conversão dos pecadores, e em reparação pelos pecados cometidos contra o
Imaculado Coração de Maria".
Maria Santíssima revela, então,
aos três pastorinhos a primeira parte do segredo de Fátima: a visão do inferno;
a segunda parte do segredo: o anúncio do Castigo [Segunda Guerra Mundial] e dos
meios para evitá-lo. A terceira parte do segredo permaneceu desconhecida até 26
de junho de 2000. Nesta data, foi ela divulgada por determinação de S.S. o Papa
João Paulo II.
Nossa Senhora, então, elevou-se
em direção ao nascente, até desaparecer no firmamento. O final da aparição, segundo
Sr. Marto, foi indicado por uma espécie de trovão.
Quarta aparição: 15 de agosto de 1917
Às vésperas da data, os três
pastorinhos foram sequestrados e mantidos por três dias sob vigilância pelo
Administrador de Ourém, que lhes desejava arrancar os segredos a eles
confiados. Assim, não puderam comparecer à Cova da Iria, no dia 13 de agosto.
Alguns dos presentes, no local, testemunharam ter ocorrido o trovão, o
relâmpago e o surgimento da pequena nuvem, leve, branca e bonita, pairando
sobre a oliveira. E que, depois, subiu e desapareceu no céu.
Libertos e estando, em 15 de
agosto, a pastorear em Valinhos, Lúcia e Jacinto sentiram algo sobrenatural que
os envolvia. Mandaram que João, irmão de Jacinta, fosse chamá-la. Lúcia e
Francisco viram o reflexo da luz como um relâmpago e com chegada a Jacinta,
logo Nossa Senhora apareceu sobre a carrasqueira. Ela queria que viessem no
próximo dia 13 e que rezassem o Terço todos os dias.
"No último mês farei o
milagre para que todos acreditem." prometeu a Virgem.
Mandou que fossem feitos dois
andores para a festa de Nossa Senhora do Rosário com o dinheiro deixado pelo
povo na Cova da Iria. O restante seria usado para ajudar na capela que
mandariam fazer. [Inicialmente fora feito uma capela. Hoje o local da aparição
conta com o enorme Santuário da foto abaixo].
E, tomando um aspecto mais triste,
acrescentou:
"Rezai, rezai muito e fazei
sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o Inferno por não haver
quem se sacrifique e peça por elas".
E Nossa Senhora se retira em
direção ao nascente, como das outras vezes.
Durante longos minutos os
pastorinhos permaneceram em estado de êxtase. Sentiam-se invadidos por uma
alegria inigualável, após tantos sofrimentos e temores.
Quinta aparição: 13 de setembro de 1917
Nesse dia, 15 a 20 mil pessoas, e
talvez mais, acorreram à Cova da Iria. Todos queriam ver, falar e fazer pedidos
às crianças para que apresentassem à Virgem. Junto à carrasqueira, começaram a
rezar o Terço com o povo, até que num reflexo de luz Nossa Senhora apareceu
sobre a oliveira.
"Continuem a rezar o Terço
para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora
das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo.
Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a
corda [cilício], trazei-a só durante o dia".
Segundo o testemunho de alguns
espectadores, por ocasião dessa visita de Nossa Senhora, como das outras vezes,
ocorreram diversos fenômenos atmosféricos. Observaram "à distância
aparente de um metro do sol, um globo luminoso, que em breve começou a descer
em direção ao poente e, da linha do horizonte, voltou a subir de novo em
direção ao sol"
Além disso, a atmosfera tomou uma
cor amarelada, verificando-se uma diminuição da luz solar, tão grande que
permitia ver a lua e as estrelas; uma nuvenzinha branca, visível até o extremo
da Cova, envolvia a oliveira e com ela os videntes. Do céu choviam como que
pétalas de rosas ou flocos de neve, que se desfaziam pouco acima das cabeças
dos peregrinos, sem deixar-se tocar ou colher por ninguém.
Ainda que breve, a aparição de
Nossa Senhora deixou os pequenos videntes felicíssimos, consolados e
fortalecidos em sua fé. Francisco, de modo especial, sentia-se transportado de
alegria com a perspectiva de ver, dali a um mês, Nosso Senhor Jesus Cristo,
conforme lhes prometera a Rainha do Céu e da Terra.
Sexta aparição: 13 de outubro de 1917
Já era o outono. Uma chuva
persistente e forte transformara a Cova da Iria num lamaçal e encharcava a
multidão de 50 a 70 mil peregrinos, vindos de todos os cantos de Portugal.
Assim que chegaram os videntes, Lúcia pediu que fechassem os guarda-chuvas para
rezarem o Terço. E, pouco depois, houve o reflexo de luz e Nossa Senhora apareceu
sobre a carrasqueira.
"Quero dizer-te que façam
aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem
sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares
voltarão em breve para suas casas."
Ao pedido de cura para uns
doentes e conversão para alguns pecadores, Nossa Senhora respondeu:
"Uns sim, outros não. É
preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados".
E tomando um aspecto triste, Ela
acrescentou:
"Não ofendam mais a Deus
Nosso Senhor que já está muito ofendido".
E, abrindo as mãos, fê-las
refletir no sol, e enquanto Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz
a projetar-se no sol.
Chovera durante toda a aparição.
Lúcia, no término de seu colóquio com Nossa Senhora, gritara para o povo:
"Olhem para o sol!" Rasgam-se as nuvens, e o sol aparece como um
imenso disco de prata. Apesar de seu intenso brilho, pode ser olhado
diretamente sem ferir a vista. As pessoas o contemplam, absortas quando, de
súbito, o astro se põe a "bailar". Gira rapidamente como uma
gigantesca roda de fogo. Para de repente, para dentro em pouco recomeçar o giro
sobre si mesmo numa espantosa velocidade. Finalmente, num turbilhão
vertiginoso, seus bordos adquirem uma cor escarlate, espargindo chamas
vermelhas em todas as direções. Esses fachos refletem-se no solo, nas árvores,
nos arbustos, nas faces voltadas para o céu, reluzindo com todas as cores do
arco-íris. O disco de fogo rodopia loucamente três vezes, com cores cada vez
mais intensas, treme espantosamente e, descrevendo um zigue-zague descomunal,
precipita-se em direção à multidão aterrorizada. Um único e imenso grito escapa
de todas as bocas. Todos caem de joelhos na lama e pensam que vão ser
consumidos pelo fogo. Muitos rezam em voz alta o ato de contrição. Pouco a
pouco, o sol começa a se elevar traçando o mesmo zigue-zague, até o ponto do
horizonte de onde havia descido. Torna-se então impossível fitá-lo. É novamente
o sol normal de todos os dias.
O ciclo das visões de Fátima
estava encerrado.
Os prodígios haviam durado cerca
de 10 minutos. Todos se entreolhavam perturbados. Depois, a alegria explodiu:
"O milagre! As crianças tinham razão!" Os gritos de entusiasmo
ecoavam pelas colinas adjacentes, e muitos notavam que sua roupa, encharcada
alguns minutos antes, estava completamente seca.
O milagre do sol pôde ser
observado a uma distância de até 40 quilômetros do local das aparições.
A promessa da sétima vinda de Nossa Senhora
Em sua primeira aparição, a
Santíssima Virgem pediu aos três pastorinhos que viessem à Cova da Iria seis
meses seguidos. E acrescentou: "Depois voltarei ainda aqui uma sétima
vez".
Seguiram-se as seis aparições,
segundo o relato da Irmã Lúcia, pairando o mistério sobre a sétima aparição...
Estará, esta, ligada à promessa
do triunfo de Seu Imaculado Coração? Esse triunfo, sem dúvida, configura uma
suprema e altíssima esperança para os dias de hoje! Fátima, queiramos ou não,
tornou-se com a promessa "Por fim meu Imaculado Coração triunfará" o
ponto de referência essencial, indispensável, para nossa vida e para o mundo
contemporâneo.
(Adaptado de As seis aparições de Fátima - Associação Católica Nossa Senhora de
Fátima)
Fontes:
As seis aparições de Fátima - Associação católica Nossa Senhora de
Fátima.
Acesso em 13 de Maio de 2013.
Beatos Jacinta e Francisco. Arautos do Evangelho.
Disponível em: <http://fatima.arautos.org/a-beatificacao-dos-pastorinhos/>.
Acesso em 13 de Maio de
2013.
Os videntes de Fátima. Santuário de Fátima - Site oficial.
Disponível em: <http://www.santuario-fatima.pt/portal/index.php?id=1313>
Acesso em 13 de Maio de
2013.
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