Na última postagem, descrevemos
brevemente as aparições de Nossa Senhora do Rosário, em Fátima, Portugal. Saibamos
agora mais sobre os seus três segredos. O termo segredo é usado, pois designa o
tempo de espera que os fieis do mundo todo aguardaram, visto que ficaram sob
sigilo da Irmã Lúcia por décadas. Hoje, claro, não são mais segredos, mas revelações
de suma importância para nossa Fé.
- O Primeiro Segredo de Fátima: A visão do inferno.
“Nossa Senhora mostrou-nos um
grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados nesse fogo
os demônios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou
bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que
delas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados,
semelhante ao cair das faíscas em grandes incêndios: sem peso nem equilíbrio,
entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de
pavor. Os demônios distinguiam-se por formas horríveis de animais espantosos e
desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças
à nossa boa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos
levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos
morrido de susto e pavor.”
(Irmã Lúcia de Jesus. “Terceira
Memória”. Carta destinada ao Bispo de Leiria-Fátima. 31 de Agosto de 1941. Documento
divulgado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé).
- Segundo Segredo de Fátima: A Segunda Guerra Mundial.
“Em seguida, levantamos os olhos
para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:
‘Vistes o inferno, para onde vão
as almas dos pobres pecadores, para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a
devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas
almas e terão paz. A guerra [Primeira Guerra Mundial] vai acabar, mas se não
deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior [Segunda
Guerra Mundial, o que de fato, infelizmente, aconteceu]. Quando virdes uma
noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus
vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e
de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a
consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos
primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão
paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições
à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer,
várias nações serão aniquiladas, por fim
o meu Imaculado Coração triunfará [em meio à tanto horror Nossa Senhora
assegura a vitória do bem]. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se
converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.”
(Irmã Lúcia de Jesus. “Terceira
Memória”. Carta destinada ao Bispo de Leiria-Fátima. 31 de Agosto de 1941. Documento
divulgado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé).
Monsenhor João Clá Dias comenta o
episódio:
“Essa atitude de Nosso Senhor e
de sua Mãe bondosíssima, mostrando aos pastorinhos a visão daquele lugar de
tormento, bem mostra como a meditação sobre os castigos eternos é adequada para
os homens e mulheres de nossa época, sejam crianças, jovens ou adultos.
Constitui ocasião de preciosas graças, não só de conversão, mas também de
perseverança e afervoramento na vida espiritual.
Hoje, muito mais do que em 1917,
as pessoas se entregam ao pecado e a toda espécie de más ações, sem se
incomodarem com as consequências, não apenas para esta vida, mas, sobretudo,
para a outra, correndo o risco de condenação eterna.
Jacinta, compreendendo tudo isto
muito bem, nunca mais deixou de pensar na desgraça irremediável das almas
condenadas ao Inferno. Mais do que tudo, causava-lhe angústia a ideia de um
castigo sem fim. Às vezes, sentada numa pedra, punha-se a pensar, e dali a
pouco perguntava a Lúcia:
Jacinta: ‘Aquela Senhora disse
que muitas almas vão para o Inferno! E nunca mais vão sair de lá?’
Lúcia: - ‘Não!’
Jacinta: ‘E mesmo depois de
muitos, muitos anos?’
Lúcia; ‘Não! O Inferno não acaba
nunca!’
Jacinta ‘Mas, olha: então, depois
de muitos e muitos anos, o Inferno ainda não acaba? E aquela gente que está
ardendo lá não morre? E não vira cinza?! E, se a gente rezar muito pelos
pecadores, Nosso Senhor os livra de lá?! E com os sacrifícios também?
Coitadinhos! Temos de rezar e fazer muitos sacrifícios por eles!’
Depois, lembrando-se das
misericordiosas palavras de Maria, acrescentava:
‘Que boa é aquela Senhora! Já nos
prometeu levar para o Céu!’
Outras vezes, meditando nos
sofrimentos reservados aos pecadores que morrem sem arrependimento, Jacinta
estremecia de pena, ajoelhava-se e, de mãos postas, recitava a oração que Nossa
Senhora lhes tinha ensinado:
‘Ó meu Jesus! Perdoai-nos,
livrai-nos do fogo do Inferno, levai as alminhas todas para o Céu, principalmente
as que mais precisarem.’
E permanecia assim, muito tempo,
de joelhos, repetindo a mesma oração. De vez em quando, chamava pela prima ou
pelo irmão, como que acordando de um sonho:
‘Francisco! Francisco! Vocês
estão rezando comigo? É preciso rezar muito para livrar as almas do Inferno!
Para lá vão tantas, tantas!’”
(Jacinta e Francisco: Prediletos de Maria - Monsenhor João Clá Dias)
- O Terceiro Segredo de Fátima: o atentado ao Santo Padre.
“Vimos ao lado esquerdo de Nossa
Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao
cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se
com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu
encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse:
Penitência, Penitência, Penitência! E vimos numa luz imensa que é Deus: ‘algo
semelhante a como se vêm as pessoas num espelho quando lhe passam por diante’
um Bispo vestido de Branco ‘tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre’.
Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa
montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora
de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma
grande cidade meia em ruínas, e meio trêmulo com andar vacilante, acabrunhado
de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho;
chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto
por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo
foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e
varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições.
Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal
em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que
se aproximavam de Deus.”
(Irmã Lúcia de Jesus. “Terceira
Memória”. Carta destinada ao Bispo de Leiria-Fátima. 31 de Agosto de 1941. Documento
divulgado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé).
Na tarde 13 de Maio de 1981, exatamente
no dia em que a Igreja Católica celebra o dia da Primaria Aparição de Nossa
Senhora nos céus de Fátima, João Paulo segundo sofreu um atentado na Praça São
Pedro durante audiência pública. João Paulo passava pelo corredor da praça lotada
com cerca de dez mil fieis em carro aberto. Então Mehemed Ali Agca disparou
três vezes uma pistola Browning de nove milímetros, a menos de sete metros de
distância. Os tiros atingiram o estômago, a mão esquerda e o cotovelo do
pontífice, que foi levado hospital Gemelli onde fora submetido a uma cirurgia
no intestino que durou mais de cinco horas. A partir deste triste episódio, João
Paulo II passou a andar com dificuldade conforme na visão proporcionada por
Nossa Senhora aos pastorinhos de Fátima. Quanto à morte do “homem de branco” na
mesma visão, o próprio João Paulo II afirma: “Foi uma mão materna que guiou a
trajetória da bala e o Santo Padre agonizante deteve-se no limiar da morte”
(João Paulo II, Meditação com os Bispos Italianos, a partir da Policlínica
Gemelli, 13 de Maio de 1994). A visão dos demais bispos por terra, do sangue
dos mártires, pode ser explicado pela perseguição à Igreja Católica e aos
cristãos, e o sofrimento das vítimas da fé no século XX.
Fontes:
O Segredo de Fátima. Associação católica Nossa Senhora de Fátima.
Disponível em: <http://www.acnsf.org.br/article/7865/O-Segredo-de-Fatima.html>.
Acesso em 13 de Maio de
2013.
Se os homens vissem o inferno. Associação católica Nossa Senhora de
Fátima.
Disponível em: < http://www.acnsf.org.br/article/258/Se-os-homens-vissem-o-inferno.html>.
Acesso em 13 de Maio
de 2013
Interpretação do Segredo de Fátima. Associação católica Nossa
Senhora de Fátima. Disponível em:
<http://www.acnsf.org.br/article/7870/Interpretacao-do-Segredo-de-Fatima.html>
Acesso em 15 de Maios
de 2013.
Atentado em 1981 abalou saúde de João Paulo II.
Redação do Portal
Terra.
Acesso em 15 de Maios
de 2013.
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