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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A simplicidade do Natal




Estamos na véspera da data na qual a Igreja relembra o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, aquele e que “Nasceu para governar todas as nações com cetro de ferro.” (Apocalipse 12, 5a). Em meio à festa, à ceia por muitas vezes farta, os apelos da mídia para o consumo, os belos enfeites das ruas e igrejas nos esquecemos da simplicidade da festa. Deus escolheu uma humilde mulher, Maria, prometida à casamento à um humilde carpinteiro, José, para se tornarem a Sagrada Família. Na visita à sua prima Isabel, Maria proclama em seu cântico: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva. (...) Ele dispersa os soberbos de coração, derruba dos tronos os poderosos e eleva os humildes, aos famintos enche de bens e despede os ricos de mãos vazias” (Lucas 1, 46b. 51b-53). Novamente constatamos a simplicidade de Jesus e do Natal ao olharmos para o presépio “Enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2, 7). E completando a simplicidade da cena os primeiros a receberem a notícia foram três pastores, que o público chama de “Reis Magos”. Na verdade não há na escritura a palavra “reis” para indicá-los apenas “pastores”: “Havia nos arredores uns pastores, que vigiavam e guardavam seu rebanho nos campos durante as vigílias da noite.” (Lucas 2, 8).

“O Natal não é a festa do poder e da riqueza, mas da simplicidade e da pobreza. Corações orgulhosos e soberbos, confiantes no poder dos bens materiais, estão ainda muito distantes da manjedoura de Belém. Precisam cair dos tronos, dos tantos falsos tronos, e deixarem que Deus os levante humildes e confiantes somente na Sua graça. Celebra-se o Natal em vigília, pois aquele que quer ouvir Boas Novas precisa estar acordado, com os ouvidos bem abertos e pronto para deixar tudo no meio da noite, da escuridão, e, pressuroso, ir a Belém para encontrar e contemplar a luz do mundo.” (Padre Luciano Zilli, Jerusalém, 24 dezembro 2008).

Um feliz e abençoado natal à todos: que o nascimento de Cristo renove nossas esperanças, que a reflexão desta data nos inspire a sermos cada dia mais Cristãos.  

Mais em: Natal: festa da simplicidade e pobreza
Padre Luciano Zilli. Jerusalém, Dezembro de 2008.
Acesso em 24 de dezembro de 2012.

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