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sexta-feira, 29 de março de 2013

Agonia de Jesus no Monte das Oliveiras: Confiar no Projeto de Deus


“Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero mas como tu queres” (Mateus 26; 39).
Jesus sabia que durante sua flagelação e crucificação sua condição humana prevaleceria sobre sua condição divina. Deus não morreu na Cruz! Foi Jesus, em sua condição humana que fora crucificado. Enquanto isso o Pai já garantia sua Ressurreição no terceiro dia.
Mas mesmo diante de sua agonia Jesus se mostrou firme em sua humildade e obediência, ciente de que o Projeto de Deus era maior que sua própria e momentânea condição humana.

E quantas vezes nós ao nos depararmos com situações complicadas e/ou inesperadas queremos que o cálice se afaste de nós? Divergindo de Jesus, não confiamos no Projeto de Deus e acreditamos que nossa limitada condição humana possa prevalecer sobre este projeto. Sem cruz não há ressurreição: “Os meus projetos não são os projetos de vocês, e os caminhos de vocês não são os meus caminhos - oráculo de Javé. Tanto quanto o céu está acima da terra, assim os meus caminhos estão acima dos caminhos de vocês, e os meus projetos estão acima dos seus projetos. Da mesma forma como a chuva e a neve, que caem do céu e para lá não voltam sem antes molhar a terra, tornando-a fecunda e fazendo-a germinar, a fim de produzir semente para o semeador e alimento para quem precisa comer, assim acontece com a minha palavra que sai de minha boca: ela não volta para mim sem efeito, sem ter realizado o que eu quero e sem ter cumprido com sucesso a missão para a qual eu a mandei”. (Isaías 55;8-11).



Os apóstolos de Jesus dormiam enquanto o Mestre se agoniava. Os amigos mais íntimos de Jesus não conseguiam ajudá-lo.
E quantas vezes em nossa vida nos sentimos sozinhos, mesmo diante de multidões que parecem estar dormindo e não percebem nosso sofrimento?

O único apóstolo de Jesus acordado é Judas Iscariotes, seu traidor, que o entrega com um beijo: um gesto tão carinhoso e íntimo, usado para o mal.
Quantas vezes não somos traídos por pessoas nas quais confiávamos. E quantos gestos, símbolos e sentimentos são deturpados e usados para o mal:
- Letras de músicas estimulando a infidelidade, a poligamia, o adultério: o que deveria ser arte profanada e usada para deturpar valores humanos e religiosos.
- Beleza de corpos usados para vulgaridade e pornografia: a beleza transformada em objeto descartável de uma falsa sensação de satisfação.



“Nesse momento, um dos que estavam com Jesus estendeu a mão, puxou da espada, e feriu o empregado do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. Jesus, porém, lhe disse: ‘Guarde a espada na bainha. Pois todos os que usam a espada, pela espada morrerão. Ou você pensa que eu não poderia pedir socorro ao meu Pai? Ele me mandaria logo mais de doze legiões de anjos. E, então, como se cumpririam as Escrituras, que dizem que isso deve acontecer?’ (Mateus 26; 51-54)
Jesus reafirma sua confiança em Deus. Mesmo diante de sua iminente morte não usurpou o projeto de Deus pedindo um socorro que seria uma solução imediatista, mas que atrapalharia todo o projeto divino da Salvação. E mesmo diante das circunstâncias adversas renega a violência, conforme em toda sua vida e pregação: não cai em contradição por saber que o projeto de Deus é maior.
Quantas vezes queremos um socorro imediato que só piora a situação à longo prazo? E será que não caímos em contradição com nosso discurso com nossas ações e omissões em situações adversas?



Conforme nos atesta São Paulo em sua carta aos Filipenses:
“Jesus Cristo, existindo em condição divina, não faz do ser igual a Deus uma usurpação. Pelo contrário, esvaziou-Se a Si mesmo assumindo a condição de escravo e tornando-Se igual aos homens Assim, apresentando-se como simples homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o nome que está acima de qualquer outro nome; para que, ao nome de Jesus, se dobre todo joelho no céu, na terra e sob a terra; e toda língua confesse
que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.” (Filipenses 2, 6-11)

Aprendemos pois, com Cristo, a confiar no projeto de Deus, não buscando soluções imediatistas que colocam nosso conforto em primeiro lugar; saíamos deste egocentrismo baseado no nosso limitado pensamento humano, aceitemos nossa cruz e aguardemos nossa Ressurreição para confirmação do Projeto de Deus e para Glória de Seu Nome, não pro nosso merecimento, mas pela sua infinita misericórdia.


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