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domingo, 31 de março de 2013

Vigília Pascal


“Ó noite de alegria verdadeira que uniu de novo o Céu e a Terra inteira”.
Sim: vivenciamos novamente, pela nossa Fé e pela Liturgia a mais solene das noites. A noite em que a história da Salvação da Humanidade atingiu seu ápice: a morte foi vencida pelo Senhor da Vida. O mal já não tem poder sobre o discípulo que crê e age conforme o ensinamento de Cristo.
A Cruz de Cristo, que na Sexta Feira parecia ser um fracasso se torna o símbolo da maior vitória da História. Cristo venceu a morte e garante a mesma vitória à quem nele crê a coloca seu ensinamento em prática: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11, 25).
No Sábado de Aleluia a liturgia inicia-se com o Fogo Novo ainda fora da igreja. Este fogo deve ser obtido a partir atrito de pedras ou gravetos, a forma natural de se conseguir o fogo. Ele simboliza a luz de Cristo que dissipa as trevas. “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12). E tal como Cristo Ressuscitou da morte, o Fogo Novo surge de uma situação aparentemente adversa. O Círio Pascal possui inscritos a Cruz, o ano em curso, o Alfa e o Ômega, respectivamente a primeira e a última letra do alfabeto Grego: Jesus é o início e fim de todas as coisas. Uma série de leituras são feitas ainda à luz de velas, acessas uma a uma a partir da chama do Círio Pascal, que por sua vez foi acesso no Fogo Novo e, que representa a Luz de Cristo. Esta simples experiência nos mostra a importância de nossa missão de discípulos de Cristo. Aparentemente a chama de uma vela é muito pequena: no entanto diante de grande escuridão já se torna uma luminosidade considerável; assim também em nossa vida: uma pessoa que leve a palavra de Cristo, uma ajuda a alguém necessitado pode fazer grande diferença e dissipar as trevas que assolam a vida desta pessoa. E a partir de uma chama, repassada, toda a assembleia consegue participar da liturgia; em nossa vida, compartilhar o ensinamento de Cristo e suas ações é indispensável para podermos multiplicar as graças de Deus, conforme nos alerta o próprio Cristo, Luz do Mundo: “Ninguém acende uma lâmpada e a cobre com um vaso ou a põe debaixo da cama; mas a põe sobre um castiçal, para iluminar os que entram.” (Lucas 8; 16)
A Liturgia perpassa por grandes feitos de Deus na história de seu povo: a Criação do mundo, a provação de Abraão, a Arca de Noé, a Passagem do Mar Vermelho, e perpassa por profecias, intercaladas com Salmos de Louvor às proezas do Altíssimo. Após as leituras, acendem-se as luzes ao som do Hino de Louvor, cantado por toda a assembleia e ao som dos sinos: o povo aclama, como nas leituras, o nome de Javé. O Hino de louvor é entoado novamente depois de omitido durante toda a quaresma e só entoado na Semana Santa na Quinta-Feira, dia da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio. O toque dos sinos quebra definitivamente o silêncio: é hora de render louvores ao Altíssimo; estamos na mais sublime das noites.
O bem venceu o mal; a Vida superou a morte; a Luz venceu as trevas. Devemos comemorar, evidente. Mas o mundo não vai ser salvo do dia para a noite se cada um de nós não fizer nossa parte. É necessário que a reflexão de toda a quaresma se frutifique de forma prática em nossas atitudes para que não sejamos uma luz embaixo do vaso. Deus nos deu o dom da vida, a graça da redenção na Cruz de Jesus e a oportunidade de estarmos cientes de tudo isso. E também nos deu o livre arbítrio: Deus não que sejamos suas marionetes; Ele quer que creiamos e O busquemos por livre e espontânea vontade. E este mesmo livre arbítrio permite que muitos irmãos e irmãos prefira o caminho das trevas. É nosso dever de Cristãos comprometidos com o Reino tentar levar a Salvação à todos:
“Ide por todo mundo, pregai o evangelho a toda criatura (Marcos 16:15)”
“Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (1Cor 9, 16)
“Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites. Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.” (Lucas 12: 47-48)

 Feliz Páscoa!!!

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